Published: Sep 20, 2010 by CarlosGrohmann
Já não é de hoje que eu não me sinto a vontade quando tenho que preparar uma apresentação oral para um congresso ou mesmo para uma aula.
Não que eu não goste de fazê-las, mas porque os programas disponíveis simplesmente não me animam.
O Microsoft Powerpoint, certamente o mais utilizado na categoria, não me atrai. Eu tenho um problema sério com os produtos da MS. Eu acho que eles são limitados, pesados, chatos e cheios de bugs (alguém aí falou em Window$?). Se você leva o arquivo para outra máquina, pode esquecer da formatação original, só pra dar um exemplo. O grande concorrente da suíte MS-Office é o OpenOffice. A ideia é ótima: um programa (ou melhor, vários) livre e de código aberto. Do jeito que eu gosto. Mas… o trem é absurdamente pesado e lerdo. Sim, na minha opinião, o OOffice é lerdo e pesadão. Dá até raiva editar um texto nele, quanto mais preparar uma aula com mais de 100 slides (coitados dos meus alunos..).
Já fiz também várias apresentações com LaTeX, usando a classe Beamer. Vejam, eu adoro usar LaTeX. Fazer minha tese de doutorado com LaTeX e BibTeX não apenas me poupou uns dois meses do prazo final (para diagramação e revisão das referências bibliográficas) mas também gerou um resultado que não deve nada a livros editados profissionalmente. Mas.. o Beamer é meio chatinho, e não dá para simplesmente “colar” uma imagem no slide ou alterar o layout com dois cliques do mouse. É preciso ter um certo tempo disponível (ou muita prática e alguns modelos prontos). Então eu até sugiro LaTeX + Beamer como uma solução, se você sabe o que faz e procura um resultado bem profissional.
Outros programas que testei também não me animaram muito. Como usuário de Linux, testei o KPresenter, que faz parte do Koffice, a suíte para escritório do gerenciador de janelas KDE. Meu problema com o KDE é parecido com o OOffice: o treco é pesado. Eu não sei porque cargas d’água (como diria minha vó) os programadores resolvem fazer programas que são altamente dependentes de um monte de outras coisas. Se você usa Gnome ou XFCE (como eu), e resolve instalar o KPresenter (ou qualquer outra aplicação que seja “para” o KDE), vai “ganhar” de brinde um monte de outros programinhas e bibliotecas que são necessárias para que esses programas funcionam. Se você usa o KDE como seu gerenciador de janelas, tranquilo, já que essas bibliotecas serão carregadas quando você iniciar sua sessão, mas se você não usa, as bibliotecas terão que ser carregadas para que o programa inicie, ou seja, você vai ter que esperar um pouco e sua memória RAM vai se entupindo de coisa que talvez você não precisasse.
Eu realmente gostaria que esses programadores resolvessem fazer aplicações mais “stand-alone”, que sejam leves e façam bem seu serviço sem a necessidade da “bagagem” extra. E aí é que chegamos ao ponto do post. Depois de tantas idas e vindas, resolvi testar o GoogleDocs Presentation. E me surpreendi. Apesar de ainda não ter muitos recursos, funciona muito bem. Preparei minha aula de 130 slides sem problemas. Figuras da internet são tão fáceis de inserir quanto arrastar a danada sobre o slide e pronto. Gostei dos modelos disponíveis e gostei do resultado final, que exportei como PDF para usar na aula e depois disponibilizar aos alunos. Claro que o trem não é perfeito. Não há (ou eu não achei) ferramentas para desenhar sobre o slide (como linhas e setas) e só é possível definir o layout de um slide quando se cria um novo, não é possível alterar um o layout de um slide. Também não tem transparência (alpha) nas cores, o que seria uma boa. Fora isso, recomendo. Não tem problemas com perda de formatação ao continuar em outra máquina e muito menos o risco de uma tela azul da morte arruinar seu dia.
Comments
Luiz Amadeu Coutinho: Acho que deveria conher o Prezi então. É um conceito completamente diferente dos tradicionais Slides. Dê uma olhada http://prezi.com/index/